March 2019
“às vezes.
às vezes é difícil
às vezes não consigo distinguir a mágoa da tristeza
às vezes esqueço-me e volto a amar e a perdoar
às vezes sinto-me irritada com a vontade que tenho de voltar
voltar a momentos, a sitios, voltar a sensações e a pessoas
às vezes perco-me no passado
passado este que está encerrado e que nunca mais irá voltar
às vezes tenho medo
medo de perder e de me perder
às vezes perco-me nos meus pensamentos
que são infinitos se assim o quiser
às vezes sinto saudade
às vezes quero ficar só mais um segundo
às vezes sou contrariada
pela vida ou por seres que nela habitam
às vezes julgo e sinto-me julgada
às vezes não tenho espaço
espaço este que vou ter que encontrar
nunca físico mas relacionado com o espaço a que pertenço
às vezes minto
mais vezes do que devia
perguntando-me quem também me estará a mentir
às vezes amo
outras não tanto
às vezes canso-me de viver, de estar, de lidar
às vezes sinto-me grata e realizada
às vezes choro
às vezes rio-me
Mas sempre, nunca nada
sempre às vezes.”
I wrote this during our last regional reconnect. Laying down on the grass of one of my favourite places in town. I was feeling some type of way.
Earlier that day, while walking near the lake, an old man read my face and my hand. He said things I did not want to hear, it was harsh. But I am grateful.