Há um ano, vir para o Brasil só era um sonho. Todos pensávamos mhhh “ainda falta muito tempo para começarmos nossa aventura no Brasil”. Tínhamos muita vontade de começar, mas também a gente tinha medo, E posso dizer com muita certeza que o medo era deixar casa, deixar mãe, pai, irmãos, amigos, seres queridos para ir a morar com uma família “estranha” "uma família que não é minha família" e na qual nós não tínhamos ideia como íamos nós sentir e ser tratados . Se íamos gostar deles, de suas maneiras de pensar, de sua comida, forma de olhar o mundo, das atividades que eles costumam fazer no dia a dia, os fins de semana. Nós tínhamos muitas dúvidas se iríamos nos sentir parte dela. Mas o que nós não tínhamos pensado muito, era se eles também iam gostar de nossas atividades, pensamentos, costumes e se íamos nos encaixar em suas vidas. Acho que isso foi um dos maiores desafios para as duas partes.
Eu posso imaginar, todas as preocupações quando a gente falava para nossas host families. Oi pai, oi mãe, vou para um evento, para uma festa, vou fazer uma trilha, vou para um protesto, ou simplesmente, reunir com outros fellows ou team leaders. As host families ficavam muito preocupadas, com medo de que algo ruim pudesse acontecer conosco, e eles sempre enviavam mensagens oi tudo bem? A que horas você volta? Como vai a atividade, envia um WhatsApp para mim quando você voltar para casa. Naquele momento, eu pude perceber algo, algo “estranho”. A host family está preocupada conosco? Eles estão preocupados com alguém que não é de sua família, uma pessoa estranha também para eles. Nós pensavamos, eles não são família, só estranhos. Mas, depois com o passar dos meses, nossas relações começaram a desenvolver. E esse “estranho” foi mudando pouco a pouco.
Muitas vezes , nós, fellows, tivemos saudade de casa, porque a família é muito importante em nossas vidas ainda mais quando não está perto, a gente fica com mais saudade. Quando nos preocupamos , temos dúvidas, ou não temos certeza do que fazer com alguma coisa, sobre o que irá acontecer ou simplesmente se não temos vontade de falar com ninguém, no final do dia a família sempre está ali para falar com a gente e ajudar em nossos problemas. Mas o que nós não imaginávamos era que nossas host families também estavam ali, tentando fazer o melhor para que nos sentíssemos em casa.
Más o que a gente nunca imaginou foi que essa família com a que íamos morar por 7 meses, que nunca ninguém teve nenhum contato ou relacionamento antes do Brasil. Essas pessoas “estranhas”, se tornariam parte de nosso dia a dia e de nossa vida.
Quero agradecer muito as host families por ter nos hospedado, cuidado e nos dado suporte por tanto tempo em suas casaS e tentado fazer com que nossa experiência fosse a melhor. Agora vai ser muito difícil se despedir. Mas com certeza posso dizer que esta não vai ser a última vez que nós veremos, e sempre vamos levar vocês em em nossos corações. Vamos a ter muitas saudades de vocês. Obrigado por ser nossa segunda família.
ENGLISH
One year ago, coming to Brazil was just a dream. We all thought mhhh "in a while we will start our adventure in Brazil". We had a lot of desire to start, but we were afraid to do it, and I can say with certainty that our biggest fear was to leave home, to leave mom, daddy , siblings, friends and people that we love. To live with "strangers" which are not my family and in which we had no idea how we would feel and be treated made us nervous. If we were going to like their ways of thinking, their food, their perspectives, their activities, created many questions on my mind. We were wondering if we were going to feel part of them. But we did not think from their perspective, if they would like our activities, thoughts, customs and if we would fit into their routine and lives. I think this was one of the biggest challenges for both parties.
I can imagine all the worries when we spoke to our host families. Hi dad, Hi mom, I'm going to an event, to a party, I'm going to make a trail, go to a protest, or just meet with other fellows or team leaders. The host families must have been very worried, afraid that something bad could happen to us. They always sent messages saying, hi, is it all right? What time will you come back? When the activities were happening, they would ask us to update them through WhatsApp. At that moment, I could sense something, something "strange". Is the host family concerned about us? They are worried about someone who is not from their family, a stranger also to them. We thought, they are not family, just strangers. But then, as the months passed, our relationships began to develop. And this "stranger" title was changing little by little.
Often, we as fellows miss home, because the family is very important in our lives especially when it is not near, we miss it even more. When we worry, we have doubts, or we are not sure what to do with something or simply if we do not feel like talking to anyone, at the end of the day the family is always there to talk to us and help with our problems. But what we did not imagine was that our host families were always there for us, trying to do their best to make us feel at home in their homes.
None of us ever imagined that our host families, our neighbourhoods, where nobody ever had any contact or relationship with these "strangers" would become an important part of our daily life.
I want to thank the host families for letting us stay in their homes, taking care and giving us support for so long and always trying to make our experience the best one. Now it will be very difficult to say goodbye. But surely I can say that this will not be the last time we will see, and we will always have you in our hearts. We are going to miss you a lot. Thank you for being our second family.